A bicicleta é tudo isso. Mas também é muito mais.
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É uma máquina simples: duas engrenagens e uma correia, que transformam a força em movimento, empurrando o corpo sobre um par de rodas. É também um rito de passagem, sem idade certa para acontecer. Afinal, seu principal ensinamento serve para a vida inteira: o segredo para ir em frente é o equilíbrio. É uma forma de descobrir a autonomia, a liberdade, a recompensa pelo mérito – só há o prazer da descida depois do esforço da escalada. É uma sensação de domingo no parque, seja lá que dia for. É algo de que a gente –realmente – nunca esquece.
Cada vez mais, costuma ser também um resgate. Um hábito esquecido na infância e readquirido na vida adulta. E, para além da diversão – ou mesmo da moda –, não faltam pretextos racionais para voltar a sentir essa emoção: ela faz bem para a saúde, diminui a poluição, melhora o trânsito, é econômica e, muitas vezes, o mais eficiente meio de transporte de que você pode dispor.
A bicicleta é tudo isso. Mas também é muito mais. Porque nenhuma dessas definições e argumentos passam pela nossa cabeça enquanto pedalamos. Sabe o que melhor a define, na verdade? Aquele sorriso que a gente abre sem perceber quando essa máquina tão simples e tão complexa põe o nosso corpo e nossa imaginação para funcionar.
Texto: Dilson Branco
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